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Estoque “!?”

Estoque “!?”

Esse artigo é uma reflexão sobre o estoque e seus impactos nos negócios e na competitividade das empresas e também sobre a relevância das áreas de compras e gestão da produção sobre esses impactos. Enjoy!

Os estoques constituem a base das empresas de operações comerciais e representam uma parcela significante do ativo circulante, de forma que geram custos financeiros e custos operacionais, de acordo com Braga (1998). Para o autor os estoques otimizam as operações realizadas por vendas, operações e suprimentos, além de permitir separar as etapas do processo. Para ele os estoques podem ser classificados como matérias-primas, materiais de embalagem e de consumo, produtos em elaboração ou semiacabados, e produtos acabados.

 A função do estoque é de suma importância para as corporações, tanto as que compram para consumo quanto para as que compram para revenda, de acordo com Baily et al. (2000), uma empresa de manufatura média, emprega metade dos seus recursos em materiais, suprimentos e serviços, podendo chegar até 90% em alguns casos. Desta forma a redução em 5% nos custos pode significar um incremento significante nos lucros da empresa, bem como o oposto é verdade. Assim, ações que impactem em otimização de tempo, espaço e custo de aquisição, devem ser perseguidos pelos gestores, pois trarão resultados líquido e certo. Pra ficar mais claro, tomemos o exemplo citado pelos autores, num cenário em que a empresa XYZ fatura R$ 1,6milhões/mês, tendo um lucro de 10%.
 
 Nesse cenário, imagine que se conseguiu 5% de redução dos custos, sobre metade do faturamento, que representa o custo em materiais, suprimento e serviços, assim obtém-se uma economia de R$ 40mil (5% sobre R$ 800mil), ou seja, com essa redução o lucro passaria de R$ 160mil para R$ 200mil, ou 12,5% e não mais 10%. Pergunte-se, sem a redução quanto a empresa deveria aumentar no seu faturamento para obter o mesmo resultado? Sim, é um percentual alto, deverá faturar 25% a mais para obter o mesmo resultado.
 
 Por isso, deve-se atentar para o Custo Total das Transações ou Custo de Aquisição, que diferentemente da simples análise do melhor preço, necessita uma análise minuciosa de tudo aquilo que possa gerar custos na aquisição, tal como: frete, treinamento, atrasos, qualidade, custos de manipulação, custos de estocagem e movimentação, especificações, entre outros. Para Baily et al. (2000) o preço é somente a ponta do iceberg “preço/custo”.
 
 Outra questão muito importante é que, segundo Baily et al. (2000), em cada uma das várias operações em que um produto passa por uma transformação, conversão ou produção, algum valor é acrescido ao material, em contrapartida, durante a estocagem e movimentação há somente agregação de custo e não de valor.
 
Não são somente custos aparentes, entre organizações, mas também custos intra-organizacionais, relacionados à ineficiência de um ou diversos setores/processos.
 
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Ao longo das diferentes etapas de produção é que se cria o “Fluxo de Valor” de um produto, também chamado de “Cadeia de Suprimentos”. Womack e Jones (1996, apud BAILY et al. 2000), citam o forte contraste na relação entre o tempo real do tempo de vida do produto versus o tempo de estocagem e movimentação, citando como exemplo a produção de uma lata de refrigerante. Segundo eles uma lata de refrigerante possui um ciclo de vida em torno de 11 meses, dos quais somente 3h são empregadas na conversão do produto. Em outras palavras, mais de 99% do tempo deste produto se está agregando custos e em apenas menos de 1% do tempo está agregando valor.

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Sem nos aprofundarmos demais sobre a criação de valores para não perdermos o foco sobre o Estoque, entende-se um complemento interessante para fechar esse tema no artigo. Para Di Serio e Vasconcellos (2009), no passado a criação de valor estava associada a escassez de matéria prima ou produto. Contudo com a grande quantidade ofertada de produtos e serviços dos dias atuais, não é possível explicar, pelo modelo econômico clássico de criação de valor, muitas das escolhas feitas pelos consumidores. Segundo os autores, hoje os consumidores fazem escolhas a partir de uma percepção de qualidade, serviços e outros itens agregadores de valor. Esses atributos e serviços podem ser design, durabilidade, velocidade na entrega, entrega eficiente (sem erros), facilidade na compra, entre outros. Assim temos um conceito de criação de valor nas empresas, que nada mais é que a inclusão de serviços e outros atributos ao produto que ativem a percepção de valor dos seus clientes.

 Voltando ao Estoque, nosso foco principal. Para Braga (1998), os obstáculos da produção em converter matéria-prima em produto acabado, nos esforços de venda e cobrança, evidenciam os riscos e o tempo despendido, inerentes a conversão de estoques em numerários. Em face a estes riscos, o administrador deve manter um rigoroso controle dos seus estoques, para uma maximização do retorno dos recursos investidos, bem como para preservar a capacidade de solvência da empresa. Para o Autor é necessário manter um certo nível de Estoques de matéria-prima, produtos semiacabados e acabados, com o intuito de obter ganhos de escala, redução de custo de produção, e fugir de problemas como atrasos de fornecedores, greves, entre outros. Além disso o Braga (1998) cita que se deve considerar que a disponibilidade de produtos a pronta entrega constitui-se uma vantagem comercial. Desta forma, para ele, o papel do administrador é buscar um equilíbrio entre os aspectos financeiros e operacionais.
  

Assim os gestores vivem em um paradoxo entre minimizar ou eliminar estoque versus garantir os níveis de serviços. Para Baily et al. (2000), a função de estocagem de matérias-primas e componentes, têm influência direta e importante sobre o custo total, ou seja, é afetado pelos níveis de estoque, especialmente em tempos de inflação alta. Por outro lado, qual seria o prejuízo e o risco de perda de venda por falta de estoques, ou parada de produção? Que vantagens os concorrentes teriam sobre uma situação destas? Por isso, estocar garante um alto nível de serviço e a continuidade operacional.

 Braga (1998) cita alguns possíveis Custos e Riscos inerentes à manutenção de estoques:
 
  • Custo de Capital: refere-se aos investimentos produtos, matérias-primas e equipamentos para movimentação física e armazenagem;

  • Custo das Instalações: Locação de pavilhão ou galpão, prédios e instalações, despesas de manutenção, limpeza, taxas e imposto predial, iluminação, refrigeração ou calefação;

  • Custo dos Serviços: Mão de obra utilizada nos diversos processos tais como recebimento, armazenagem, movimentações internas, expedição, registros e controles, seguro dos estoques, entre outros;

  • Riscos da Estocagem: Deterioração, furtos, queda nos preços de mercado, obsolescência;

 Há de se estabelecer um bom termo que proporcione equilíbrio nas tomadas de decisões e para isso é necessário que gestores e empresários conscientizem-se da necessidade de ferramentas que apoiem na eficiência operacional interna, que permitam programações (Material Requirement Planning) mais precisas com a consequente redução do nível de estoque, e a redução dos custos, gestão de custos, contabilidade, folha (Enterprise Resource Planning), gestão do estoque e movimentações internas (Warehouse Management System), análise preditiva de mercado, simulações, gestão de transportes (Transportation Management System), entre outros, ferramentas que podem ser mais padronizadas ou mais customizadas, mais especialistas ou mais genéricas, integradas ou não. Para cada caso a sua avaliação. Para Baile et al. (2000), em algumas empresas com maior eficiência o seu estoque é girado até 52 vezes por ano.

  

Por fim, cabe retomar que estoque é capital da empresa que requer toda atenção e cuidados, por todos dentro da empresa, pois os fatos destacados como os riscos, se ocorrerem, são de grande impacto nos resultados da empresa. O valor criado, depende diretamente da eficiência operacional, associado à qualidade dos materiais, e que ter estoque pode ser uma vantagem competitiva que gerará ganhos acima da média para a empresa. Contudo, o setor de compras tem papel estratégico na redução do custo de estoque, o que também é observado na redução de custos operacionais, por meio de ferramentas e tecnologias.

Referências bibliográficas:

BAILY, Peter, FARMER, David, JESSOP, David, JONES, David. Compras: Princípios e Administração. 8. ed. São Paulo: Editora Atlas AS, 2000.
 
BRAGA, Roberto. Fundamentos e Técnicas de Administração Financeira. 1. ed. São Paulo: Editora Atlas SA, 1998.
 
DI SERIO, Luis Carlos, VASCONCELLOS, Marcos Augusto de. Estratégia e Competitividade Empresarial: Inovação e Criação de Valor. São Paulo: Editora Saraiva, 2009.

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